Bruxaria Caminho da Lua

Introdução à bruxaria segundo Buckland

introdução à bruxaria segundo buckland

Começar na bruxaria natural pede por muita leitura, e por esse motivo resolvi resumir uma parte do primeiro capítulo do livro de Buckland. Venha aprender junto comigo sobre a história da bruxaria.

Recentemente comecei a ler o livro de Buckland que trás uma série de lições para introduzir o leitor na bruxaria. O primeiro capítulo desse livro trás uma introdução histórica da bruxaria, e que resolvi resumir e trazer para você.

Quando começamos na bruxaria, sempre precisamos olhar o passado para compreender tudo o que o homem vivenciou. Pois fora ali que a crença da qual estamos dispostos a aprender hoje, nascera. Olhar para trás significa aprender.

Sendo assim, pegue seu grimório pois chegou a hora de estudarmos um pouco.

Surgimento de dois deuses

Em tempos remotos, quando o homem dependia da caçada para a própria sobrevivência, encontram-se os primeiros vestígios de uma religião. Levando em consideração que absolutamente tudo na natureza era estranha ao homem, cada fenômeno ganhava uma identidade divina. Para se conectarem à tais divindades, o homem passa a representá-los em desenhos rupestres. Dentre as diversas encontradas, tem a figura de um homem com chifres. Afinal de contas, a maioria dos animais caçados na época continham chifres. Sendo assim, é lógico que a divindade deve ser similar, pois assim a energia semelhante seria trazida.

Logo em seguida rituais mágicos começaram a ser desenhados. O homem veste a pele do animal e uma máscara para realizar um rito, representando o Deus da Caça.

Assim como a figura da morte para trazer a caça, havia o símbolo da fertilidade, para trazer a vida. A figura de uma Deusa surge. Principalmente por estarmos nos referindo à um tempo histórico onde o homem se encontrava ainda mais fragilizado, sua morte poderia ocorrer de qualquer modo em qualquer momento. Para garantir a fertilidade humana, e dos animais para que a caça ocorra, a figura da divindade da fertilidade surge. Para simbolizar a fertilidade, as esculturas mostravam a cópula dos animais, e nos ritos mágicos os humanos iam fazer a própria festa para atrair a fertilidade.

Da mesma forma que a figura simbólica do Deus da Caça surgiu, o da Deusa também aparece. Popularmente conhecida como Vênus, são esculturas que foram encontradas em diversas escavações e que detém uma aparência muito similar. Geralmente essas figuras detém um corpo rechonchudo, dando ênfase aos seios, barriga e nádegas. Rosto, braços e pernas geralmente não recebiam detalhes, ou simplesmente não eram esculpidos. Percebe-se aí a preocupação em mostrar aquilo que é ligado à fertilidade, pois são as mulheres que davam a vida e nutriam.

Sendo assim, nascia a figura da Mãe-Terra, Mãe-Natureza e demais outras denominações.

A evolução dos deuses a partir da necessidade

A religião sempre irá acompanhar a necessidade da humanidade daquele momento. Podemos dizer que elas refletem bem a cultura da humanidade. Por isso ela é passível à mudanças. Da mesma maneira que poucos anos atrás o casamento homoafetivo seria inegociável em várias religiões, e ainda é inegociável, hoje em dia encontramos algumas crenças se adaptando. Isso porque é a necessidade do povo, é o que a cultura pede por ora.

Sendo assim, as religiões tendem a mudar. Assim como já mudaram desde que o homem começou a acreditar no místico e divino.

Quando o homem desenvolveu a agricultura, essas duas figuras míticas e divinas passaram a ser mais importantes ainda. A Deusa também fertilizaria os campos, durante os períodos quentes em que era possível ser feito a plantação. Quando os tempos frios se aproximavam, era a vez do Deus da Caça estar presente junto dos homens, para garantir dos alimentos. E assim o ano passou a ser dividido na metade, sendo regido por cada um desses Deuses.

O homem passa a imigrar levando consigo essa cultura, que se disseminou e ganhou variações em seus nomes. É muito comum que uma única figura divina tenha tantos nomes diferentes. Conforme o homem evoluía o seu estilo de vida, a religião passa por mudanças também. Agora, o homem aprendera a estocar alimentos para o inverno, tornando a caça menos importante. O Deus da Caça passa a ser uma divindade da natureza em geral, da morte e do que vem depois dela. E a Deusa permanecia como divindade da fertilidade, mas agora era também do Renascimento, pois o homem começara a crer na vida após a morte.

O pensamento sobre o pós morte pode ter relação com os sonhos. Dormir era estar morto, exceto pelo fato de fazer alguns movimentos e a respiração se manter, mas de resto era como estar em estado de mortificação. Porém, a mente viajava e se reencontrava com pessoas que já haviam partido. O sujeito era capaz de viver, mesmo sabendo que não saíra de seu lar. Sendo assim, a crença de uma vida após a morte torna-se cabível.

O objetivo do sacerdócio, sendo Buckland

Levando em consideração que o homem realizava os rituais mágicos a fim de atrair determinada energia, como fertilidade e afins, começou a surgir uma necessidade de sacerdócio, ou algo parecido. Haviam aqueles que pareciam capazes de atrair os resultados esperado, e eram selecionados para dirigirem os rituais mágicos.

Segundo algumas pesquisas de Murray, em algumas regiões europeias tais sacerdotes recebiam o nome de “Wicca” ou algo do gênero, que significaria “sábio. Reis anglo-saxão consultavam o Witan (conselho dos sábios) para que uma decisão fosse tomada. Logo, um sábio deveria ser, de fato, uma pessoa sábia e deter o conhecimento de vários assuntos como ervas, adivinhação, conduzir rituais mágicos, além de tantos outros assuntos como advogar, médicos curandeiros, etc.

No dia a dia tais sacerdotes agiam como uma ponte para a relação homem-divindade, enquanto que nos ritos mágicos eles se tornavam os próprios deuses.


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A essência das divindades pós-cristianismo

Quando o cristianismo surgiu, a humanidade havia se desenvolvido de tal maneira que os significados por detrás dos deuses se tornou complexa e profunda. Com a chegada dessa nova religião, uma divindade portaria apenas um aspecto: bom ou mau. Para que se tivesse uma figura bondosa, era necessário outra figura mítica para compará-la e comprovar de sua bondade. Sendo assim, a figura do Deus chifrudo que era adorado pelos pagãos, torna-se a figura do mau cristão.

Para saber que o branco é, de fato, branco, é necessário outra cor para compará-la. Desse pensamento, não há possibilidade alguma de que uma figura divina possa ser ambivalente.

Coisa que até então fora enraizada pelas diversas crenças pagãs. É muito comum, ao estudarmos certas religiões, vermos que há divindades realizando atos heroicos dignos de admiração, ao mesmo tempo que cometem erros dignos de represálias. A figura de Zeus como divindade onipotente do Olimpo, aquele que governa céus e terra, considerado o mais forte, o protagonista da própria crença, estuprou diversas figuras femininas. Da mesma forma que Hera, a deusa do casamento, perseguira e matara as amantes de Zeus.

São comportamentos horrendos, de fato, porém ainda assim eram cultuados. Pois até então, tais deuses eram réplicas do próprio ser humano. O homem é assim, bom e mau, ao mesmo tempo. É impossível o ser humano ser integramente mau ou integramente bom. Ele é os dois.

Conclusão

Finalizo o post por aqui, pois há ainda muita coisa a ser lida e resumida. Para evitar uma leitura extensa, dividirei o post em algumas partes.

Vale lembrar que esse post é um resumo das primeiras páginas de livro da autoria de Buckland. Da minha parte recomendo que também leia outras fontes antes de tomar como verdade quaisquer informação. Ler e aprender é necessário para a bruxaria natural.

Logo após o assunto do sacerdócio, Buckland comenta sobre a inquisição. Esse assunto já foi abordado aqui no blog, e deixarei linkado à seguir para você ler. Sendo assim, essa parte do capítulo não será abordada futuramente.

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