Não achou que as vertentes do post anterior eram os únicos a existirem no mundo bruxesco, não mesmo? Nessa segunda parte iremos conhecer tantas outras vertentes e tradições que se mantém vivas em nossa sociedade.
Estudar as vertentes da bruxaria é um dos primeiros passos, e o mais importante, para percebemos como que uma filosofia pode gerar diversas interpretações e crenças. Assim que é o ser humano, pegando a teoria e a reformulando para adaptar à sua realidade.
Se isso é nítido em nossos tempos atuais, quem dirá na época de nossos ancestrais, não é mesmo? Esse conteúdo é considerado importante justamente para vermos que bruxaria não engloba somente a natural ou então a religião Wicca.
Sempre guarde isso em mente, ok? É um mundo vasto, com um conhecimento muito antigo.
Tradição Ibérica
Você deve ter lido um post onde estudamos sobre o povo celta, sobre eles imigrarem com muita frequência a fim de repassarem e aprenderem as culturas de outras tribos, não é mesmo? Basicamente a Tradição Ibérica seria um resultado dessa coleta de informações.
Assim como tantas outras tradições, a TB absorveu ao longo da história diversos elementos culturais. Um pouco disso e aquilo que possam ser similares às crenças que esse povoado já tinha. Há uma teoria de que a TB tenha sido originada por bruxas da aldeia, onde hoje se encontra Portugal.
No entanto, com o início da Inquisição que gerou um movimento de intolerância religiosa, a TB, assim como tantas outras, tiveram de se ocultar o que dificultou a troca de ensinamentos entre os integrantes. Dessa forma resultou em poucos adeptos na TB um pouco antes da ascensão do Cristianismo.
Segundo o que alguns bruxos contam, antes do século XX a TB não tinha registros de sua linhagem iniciática, o que torna bem complicado compreender o quão antigo é essa tradição.
Diferente de tantas outras tradições que promoveram sua presença na boca do povo, a Tradição Ibérica optara pelo anonimato, sendo uma tradição silenciosa.
Bruxaria Gardneriana
Uma das tradições mais conhecidas nos tempos modernos, devido o alto uso da mídia para sua propagação logo após a última lei contra bruxaria ser revogada na Inglaterra. Com certeza você conhece a religião Neopagã: Wicca, e a história que seu fundador segue.
Gerald Gardner é um homem fascinante devido ao seu interesse pelo ocultismo. E todo o movimento que fizera para que a Wicca se tornasse conhecida é algo que dificilmente outros adeptos fariam com tamanha coragem. Principalmente em uma época em que bruxaria ainda tivesse o nome ligado à demonologia.
De toda forma, a Wicca celebra a Deusa Mãe e o seu consorte, Deus Cornífero. É uma tradição matriarcal e matrilinear, que dá valor à vida, celebrando nascimento, morte e renascimento. Assim como tantas outras tradições, ela é iniciática e trabalha com o sistema de Covens.
Apesar de existirem diversas tradições dentro da Wicca que possam aceitar bruxos solitários e auto iniciação, esse não é o caso da Gardneriana.
Leia também: Teoria Wicca – primeiros estudos | Diferentes tipos de bruxas
Bruxaria Africana Zangbeto
Essa é uma tradição bastante interessante, pois na Africa Ocidental há a prática da religião Vodu que é presente em Benin, Togo e Senegal. A palavra Zangbeto significa “guardiões” ou então “homens da noite”, e não estou falando de pessoas atuando nesse papel.
É uma tradição muito reverenciada, pois eles agem como uma força policial para evitar que sejam invadidos ou dominados por outros povos. Dizem alguns bruxos que foi criado para assustar o inimigo, enquanto tantos outros dizem que não se sabe o motivo exato.
Basicamente tratam-se de cerimônias onde há armações de madeira, revestida de palha que recebem almas/espíritos semi-materializados. Uma vez que a alma é protegida por essa armação, ela passa a se mover gerando todo o fenômeno.
Dessa forma, mesmo havendo uma política policial que ajude o povo, alguns preferem recorrer ao Zangbeto. Afinal, há a crença de que as almas detém um poder sobrenatural que seria capaz de lidar com a situação complicada, gerando um sentimento de segurança no povo.
Há toda uma discussão acerca da religião sobre sua história e qual seria a principal função dela (já que alguns blogueiros falam que é para uso de controle social), porém ainda é interessante e fascinante.
Bruxaria Verde
Outra tradição muito popular entre os adeptos. A Bruxaria Verde é tão antiga quanto se possa pensar, porém ela não trabalha com ordens iniciáticas, sendo assim não temos registros sobre o quão antiga ela é.
No entanto, é muito comum que ela seja uma tradição familiar, cujos ensinamentos sejam passados de geração em geração.
Basicamente são bruxos que trilham o caminho do herbalismo, que se conecta com o natural e com Gaia. São aqueles bruxos que se conectam com a natureza em si, conhecendo suas fases, cuidando das diversas vida que há nelas (plantas e animais), até mesmo aquelas que trabalham com artesanatos.
Sendo assim, a magia se encontra em tudo que há ao seu redor.
Para ilustrar (e apenas para fins de exemplificação), podemos imaginar nos antigos povos onde haviam nas tribos uma mulher benzedeira, uma curandeira, uma artesã, uma outra que era parteira. Ou seja, pessoas que exercem determinados oficios, mas seguindo as regras da própria natureza.
Bruxaria Solitária
Quando dizemos que uma bruxa é solitária, estamos nos referindo que ela segue a sua jornada mágica sozinha. Sem fazer parte de um coven. Alguns bruxos solitários chegam à esse ponto após aprenderem e serem iniciados, ou chegarem ao sacerdócio, e se desvincularem com o coven.
Tantos outros bruxos solitários podem ser aqueles que são autodidata, ou seja, que aprendem e praticam a bruxaria por conta própria.
Basicamente continuam a se conectar com a natureza, a seguir seus ciclos, celebrar suas mudanças e energias como todo e qualquer bruxo. Porém, sozinho.
Dependendo das tradições existentes, eles não aceitam a prática solitária. Então quando for escolher alguma tradição para seguir, atente-se à esse detalhe.
Bruxaria luciferiana
Calma! Não estamos falando de Satanás ou qualquer outra entidade da cultura cristã.
Vale a pena ressaltar que existem várias, inúmeras, tradições que irão abordar a figura de Lúcifer de alguma forma. Essa é apenas uma delas. Por isso, me deterei em repassar o que encontrei em pesquisas sobre essa tradição, e nenhuma outra, tudo bem?
Basicamente nessa tradição, Lúcifer é um dos guardiões do destino. Seria uma figura que ensina como usar as energias à seu favor. Podemos dizer que aqui, Lúcifer é visto como um ser da iluminação, progressividade e independência.
Sendo assim, nessa tradição os adeptos eles até tem um certo respeito pela natureza, porém não chega a ser similar aos demais bruxos de tradicionais mais naturalistas. Também é dito que apesar de não concordarem com certas características das religiões abraamicas, não chegam a abominá-las.
É uma tradição iniciática.
Conclusão
Chegamos ao fim de mais um post, dessa vez trouxe mais tradições diversificadas. Infelizmente alguns dos tópicos trazidos hoje não detém tanta informação na internet, o que já mostra que é necessário entrar no círculo iniciático para saber melhor.
O que é muito bom de ser lembrado, para saber maiores informações sempre busque por algum site que tenha contato. Dessa forma você poderá mandar um email, ou telefonar, diretamente com quem já pratica essa tradição. E assim as informações serão mais precisas.
Nessa série de posts ainda restam algumas coisas, e por isso irei semana que vem irei trazer a terceira, e última, parte. Fiquem com os links para maiores informações sobre essas tradições e tenham bons estudos.
Com a Wicca tenho certos sentimentos desconhecidos por mim, apesar de ter um certo interesse nele, me sinto estranhamente desligada com a religião, me deixando ainda mais confusa.