Já participou de uma dinâmica de grupo? Sabe qual é a finalidade de uma dinâmica? Pois hoje iremos conhecer um pouco mais sobre esse tema que nos mostra os diferentes comportamentos que uma pessoa pode ter em diferentes situações.
Olá caros leitores!
No post de hoje iremos falar um pouquinho sobre dinâmicas de grupos. Futuramente tentarei trazer algumas dinâmicas para você usar em seu trabalho ou faculdade. Mas antes de irmos para a prática, vamos entender o ponto teórico e seus objetivos.
Como que as dinâmicas de grupo surgiram?
Com certeza não foi nenhuma pessoa que simplesmente quis fazer alguma atividade prática já com um intuito. Antes de qualquer dinâmica surgir, foi feito um estudo sobre grupos e como eles se relacionam. Se formos olhar para a nossa vida, estamos inseridos em diferentes grupos. E esse foi o pontapé para que estudos fossem feitos, afim de entender esse fenômeno social.
Foi Kurt Lewin, na década de 40, que deu esse pontapé nos estudos sobre grupos sociais. Seus achados permitiu uma abertura de pesquisa, não somente na psicologia como também em outras áreas como a sociologia. Isso porque ele notou que os grupos contém uma estrutura própria e que se relaciona com outros grupos.
Ou seja, os grupos contém a mesma essência de fenômenos grupais, como pessoas diferentes se reunindo para um propósito. O que as difere são objetivos, motivos pelos quais foi criado aquele grupo, qual a sua composição e a diversidade cultural. Ao mesmo tempo que é igual, é diferente, e o tempo todo um grupo se comunica com o outro.
As dinâmicas já seriam uma mudança que ocorre em uma parte do grupo, que reverbera nas demais partes. Como um efeito dominó, podemos dizer. Trazendo isso para o nosso tema, as atividades, reunimos pessoas com um objetivo e damos uma tarefa para que realizam. Essa tarefa já é um modificador, já que são pessoas se organizam para cumprir com o que foi proposto.
Para que serve uma dinâmica de grupo?
As dinâmicas tem diversos objetivos, sendo que o mais conhecido são usados no processo de recrutamento e seleção. Assim também é usado como técnicas terapêuticas e psicopedagógicas, como uma forma de ensinar uma pessoa sobre alguma coisa, fazer ela refletir sobre um assunto.
Sendo assim, são atividades práticas que colocam a pessoa em um contexto de ação, onde ela precisará seguir regras para atingir o propósito. A pessoa que aplica a dinâmica, irá observar o seu procedimento, analisando o comportamento da pessoa. Dependendo da atividade a ser feita, o terapeuta/aplicador da atividade irá ter um papel passivo ou ativo.
No caso do papel ativo, é quando ele instiga os participantes durante a atividade, fazendo perguntas, dando dicas. Entendemos isso como um “pequeno empurrãozinho”. Já no papel passivo, o aplicador é apenas observador, evitando dar palpites e instruções para ver como que os participantes irão agir por conta própria.
Sem dúvida que antes de fazer uma dinâmica, é preciso entender o objetivo e que tipo de resultados poderá se obter com ela. Estar respaldado pela teoria é essencial. Algumas dinâmicas mostraram que comportamento as pessoas terão diante de um problema, quem tem liderança, como que todos os integrantes resolvem o problema, quem é mais passivo e prefere receber instruções ao invés de instruir os demais, e assim a lista segue.
Ou seja, uma única dinâmica abre um leque de resultados que mostrará ao aplicador como que aquelas pessoas se portam em grupo, e o que elas tiraram de bom daquela dinâmica.
As dinâmicas de um grupo e o processo grupal
Como dito anteriormente um grupo é dinâmico por conta de fenômenos que atual sobre uma parte do grupo, reverberando por todo o resto. Esse fenômeno é conhecido como processo grupal. Vamos ver agora alguns elementos desse processo.
Coesão – Seria como o resultado da participação do sujeito no grupo somado a fidelidade aos objetivos e unidade nas ações. O grupo só consegue sobreviver se houver algo que atraia os membros. Em resumo da ópera, podemos dizer que a coesão pode ser obtida quando o grupo observar que as finalidades estabelecidas estão sendo cumpridas. Isso gera satisfação entre os membros, podendo aumentar a produtividade. Já a falta de coesão.
Padrões grupais – seriam um padrão de comportamento compartilhado entre os membros do grupo. Alguns desses padrões não são falados de forma explícita, mas sim esperado que o novo membro do grupo possa percebê-lo e cumpri-lo. Há uma fiscalização por parte dos membros para que esses padrões sejam cumpridos, pois são considerado ideais e desejáveis por parte dos membros. Como uma forma de ajudar a cumprir o objetivo.
Motivações individuais e objetivos do grupo – Quando uma pessoa pede para entrar em um grupo, geralmente tem suas própria motivações que podem estar ligadas aos objetivos do grupo, ou algo do grupo que lhe pareceu atrativo. Então está relacionado com a escolha que cada individuo faz quando decide participar de um grupo, e que é importante para garantir a sua adesão. O restante dos membros irão analisar se as motivações individuais irão, ou não, interferir nos objetivos do grupo. Em alguns casos, quando não há essa coesão, a pessoa que tem uma motivação diferente indo contra os objetivos grupais, podem ser excluídas do grupo.
Liderança – O líder é aquele que motiva e influencia o grupo a cumprir com os objetivos. Existem alguns tipos de líderes como os democráticos, relaxados, autoritários. Há alguns estudos sobre os diferentes tipos de liderança em um grupo, e como que essa liderança ecoa nos seus integrantes. Vale a pena conferir esses achados.
Concluindo
Para podermos aplicar uma dinâmica de grupo, precisamos compreender o fenômeno em si. Pessoas dentro de um grupo se organizam em prol de cumprir um objetivo, o que é algo interessante de se observar. Temos esse cenário em nossa volta em diferentes contextos, desde familiares até politicos e religiosos.
Trazendo dessa ampla gama, as dinâmicas são reduzidas para atividades. Alguns usam em processos de recrutamento e seleção para ver como cada um trabalha em grupo, liderança, reação à atividades difíceis, criatividade, etc. Também é usado para momentos de aprendizados, trazendo os participantes a ação e prática.
É importante lembrar que essas dinâmicas podem ser finalizadas com uma reflexão por parte dos integrantes do que aprenderam com a dinâmica, que sentimentos ela proporcionou. Como um momento de discussão e até feedback, caso seja necessário.
Fontes
Conceitos básicos em intervenção grupal – Armando Sérgio et al
A dinâmica dos grupos e o processo grupal – Vera Lúcia do Amaral