Damos continuidade em conhecer as divindades celtas, e dessa vez conheceremos mais Deuses.
Vale lembrar que a mitologia celta é gigante, e alguns Deuses aparecem em apenas um país. Ou seja, cada região que os celtas habitavam havia divindades próprias, que em outras não existiam.
Arddhu
Podemos dizer que é um equivalente á Cernunnos na mitologia galesa. Em algumas culturas é conhecido como o Greenman, cujo rosto é coberto por folhagens.
Também conhecido como “O Escuro”, é a divindade da natureza que habitava as matas e as florestas. O Grande Corvo Divino (seu terceiro nome popular) também cuida dos bosques, animais, fertilidade e renovação.
E assim como Morgana, Arddhu também foi representado no romance de Arthur em “Sir Gawain e o Cavaleiro Verde”.
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Bran
Popularmente conhecido como o “Abençoado” é um grande herói galês, filho de Llyr, tendo como irmão Manawydan e Branween. Dentro da mitologia galesa, ele era o rei da Grã-Bretanha, antecedendo Arthur. Dizem que seu corpo era gigante, sendo maior que uma árvore.
Ele teria sido um dos irmãos que consentiram para que sua irmã se casasse com o rei da Irlanda. Em outras versões, ele teria sido o irmão que se sentiu ofendido por ter sido consultado sobre o casamento.
De qualquer forma, houve uma situação que desagradou o rei da Irlanda, e tudo isso culminou em um conflito. Branween passou a viver em situações precárias, e a situação foi acobertada á fim de evitar chegar aos ouvidos de Bran. Uma vez que a Deusa treinou um pássaro paraa levar mensagens, a mentira não teve como ser sustentada.
Obviamente Bran se preparou para uma batalha e resgatar sua irmã. O rei da Irlanda ficou sabendo da vinda do gigante, e tentou criar uma emboscada ao construir uma casa grande o suficiente para que Bran se acomodasse. Quando estivessem de guarda baixa, iriam atacá-lo.
No entanto os planos do rei foram jogados fora, e depois do filho de Branween com o rei ter sido jogado na lareira. A guerra começou e perdurou por 3 dias e 3 noites, sendo a vitória do gigante.
Ao retornar para casa o seu reino havia sido dominado por completo. Bran, junto com sua tropa reduzida e outras poucas pessoas, foram mantidos vivos. No entanto, o bravo guerreiro fora atingido por um dardo ou lança envenenada na região da coxa, e logo morreria.
Foi aí que Bran pediu que sua cabeça fosse cortada, e com ela deveriam retornar á Grã-Bretanha, onde poderia enterrá-la com o rosto voltado ao mar.
Segundo algumas lendas, durante a volta dos guerreiros de terem salvo Branween, a cabeça de Bran teria cantado diversas músicas e contado diversas histórias, sendo algo bem divertido.
Bran tinha um caldeirão do renascimento, cujas propriedades eram voltadas para a restauração á vida dos mortos. Ele é associado aos corvos, e é considerado uma divindade da guerra, caça e música.
Dylan
Chamado de filho das ondas do mar, é um garoto cujos cabelos são de ouro. Para os antigos galeses, é o Deus do Mar. Sua mãe é a Deusa Arianrhod, tendo um irmão gêmeo chamado Lleu.
O símbolo que o representa é um peixe prateado, que foi representado durante os contos do Mabinogion.
Gwydion
Considerado um Druida dos Deuses e um mestre da magia e das ilusões, era filho de Dôn. Ele rege as mudanças de forma, poesia e a música.
Gwydion é irmão de Arianrhod, sendo o possível pai de seus filhos, Lleu e Dylan. Teria sido ele, inclusive, que auxiliou Lleu á superar maldições que a mãe lhe pusera. Também ajudou á criar uma esposa para o sobrinho, essa seria a Deusa Blodeuweed.
Llyr
É uma divindade antiga galesa, que regia o mar, tendo o seu equivalente na mitologia irlandesa á Lir. É consorte da filha de Dôn, Penardun e pai de Manawydan.
Mabon
O nome é comum… sim, você não está ficando louco. Mabon é o nome do sabbath que as bruxas seguem na roda do ano. É o equinócio de outono.
Na mitologia celta, Mabon é o Deus da juventude, amor, nascentes dos rios. É filho da Deusa Modron, da qual fora tirado de seu colo tendo apenas 3 noites de vida.
Também aparece na história do Rei Arthur, o auxiliando na caça de um javali com o uso de magia, após ser liberto do Castelo Brilhante.
Cernnunnos
Aqui encontramos uma das antigas divindades do panteão celta, e de certa forma o mais conhecido na atualidade, pela comunidade bruxa.
O Deus de chifre, ou Deus Cornífero como é conhecido popularmente, é considerado o senhor dos Animais, sejam eles domésticos ou selvagens, e também da fertilidade e abundância. Há quem diga que após anos, o atributo de divindade do dinheiro também tenha sido entregue á si. Outros atributos á ele ditos, são do amor físico.
Diferente dos demais deuses, Cernnunnos foi representado em uma pedra datada no século IV antes da era comum (ou antes de Cristo, caso não esteja familiarizado com esse termo). Essa pedra foi encontrada na região norte da Itália.
Tal representação trazia a imagem de um ser antropomorfo, com par de chifres sobre sua cabeça e dois torques em cada braço (espécie de colar em formato de argola).
Nessa mesma representação, encontrava-se a imagem de uma serpente, que simboliza a fertilidade, renascimento e sabedoria. Já na atualidade, podemos vê-lo acompanhado de cervos, touros, animais em geral, que estão se alimentando de um imenso saco que teria o poder do Deus. Ora as serpentes também reaparecem se alimentando, porém de um fruto.
Quando o seu nome fora encontrado em uma homenagem feita por marinheiros por volta do século II depois da era comum, havia também uma descrição sobre orelhas de cervos.
Divindades que tem chifres são conhecidas como aqueles que tem sabedoria e poder. Inclusive, há um mito gaélico que fala sobre viajantes chegarem em uma ilha misteriosa e encontraram maças de aparência apetitosa. Uma vez mordida a maça, os chifres começam a crescer, e tais viajantes se tornam detentores do saber sobre o mundo.
Sucellus
É o Deus Gaulês da fertilidade, cura, bebidas alcoolicas e das florestas. Dentro da mitologia gaulesa, ele é considerado o Rei dos Deuses, sendo o significado do seu nome “Atacante”.
Sua forma física é descrita como um homem de meia-idade barbudo, forte, e que usava uma túnica com pele de lobo.
Ele é representado com uma coroa de folhas sobre sua cabeça, acompanhado por um cão de caça e carregava um grande martelo, que era usado para bater na terra e acordar as plantas, dando o anúncio da primavera.
O martelo acaba sendo sua maior representatividade, mesmo que alguns mitos diferem o seu uso. Alguns diziam que o martelo seria um simbolo da agricultura, outros contam que seria uma arma utilizada em guerras, e até mesmo utilizada durante caçadas.
É consorte de Nantosuelta, e ambos podem ser encontrados nas representações de pedras, simbolizando a prosperidade e a domesticidade.
Há quem diga que Sucellus caminhava por entre os campos, tendo o hábito de embebedar jovens donzelas para violentá-las. No entanto, há também quem diga que ele apenas caminha pelos campos selvagens, protegendo as plantações e mantendo o equilíbrio da natureza.
Taranos/Taranis
Divindade do trovão e relâmpagos na mitologia gaulesa. Alguns o descrevem como uma divindade obscura, justamente por conta das tempestades.
Segundo o que se conta, ele cruzava os céus em uma carruagem de fogo, produzindo raios a partir de fagulhas que eram emanados dos cascos dos cavalos, e o ruído do trovão via das rodas de sua carruagem.
É considerado o mestre da guerra, e o seu maior símbolo é a roda. Ao lado de Teutates e Esus, eles formava uma tríade dos principais guerreiros da Gália. Os três foram mencionados pelo poeta romano Lucano, em um poema chamado Farsália.
Há quem diga que aos três eram oferecidos sacríficos humanos, com o intuito de saciar a sede de sangue.
Sua forma física é descrita como homem barbudo e nú, que segura um raio e roda de biga em cada uma das mãos. Podemos notar que é algo bem semelhante á Zeus da mitologia grega.
Fontes
Templo de Avalon – Deuses celtas
Caminho pagão – Deus Bran
Portal dos mitos – Bran | Cernnunnos | Sucellus | Taranis
Amino app – Deus Sucellus