Que tal um romance colegial para fechar a semana e o mês? A recomendação que faço é o filme japonês Daytime shooting star.
Sinopse: Suzume Yosano (Mei Nagano) é um estudante de ensino médio. Ela morava no campo, seus pais foram transferindos para o exterior por motivo de trabalho, agora Suzume mora em Tóquio com seu tio (Ryuta Sato). Suzume nunca teve um namorado antes, na sua nova escola ela acabou se apaixonando pelo seu professor Satsuki Shishio (Shohei Miura). Enquanto isso, seu colega de classe, Daiki Mamura (Aran Shirahama), começa a ter sentimentos por Suzume (Dopeka).
O romance do filme
Sim o ponto principal do filme é um triângulo amoroso entre um professor e dois alunos. Suzume tem uma queda pelo professor por ele ter demonstrado tamanha gentileza por ela quando a garota chegou na cidade grande. Diferente de Mamura que é tímido e prefere ficar na dele.
O romance desenvolvido é lento e pode confundir algumas pessoas, principalmente por pensarem que o casal principal seria Suzume e Shishio. Afinal, ele é um professor e já temos provas o suficiente de que esse tipo de romance tem ganhado as telinhas.
Porém o enredo surpreende com suas reviravoltas, onde nos deixam sem saber para quem torcer, e até xingar um pouco Suzume por ser indecisa.
A garota faz de tudo para conquistar o professor, até começa a se arrumar como sua amiga. E até temos um pouco de entrega por parte de Shishio, porém tudo desanda quando ele é avisado de que não poderia fazer aquilo, e que ela era apenas uma garota.
Sim, temos todo esse discurso no filme parecendo separar o casal.
Durante esse tempo, Mamura tem conhecimento dos sentimentos da nova amiga e até tenta consolá-la, porém o rapaz começa a desenvolver sentimentos por Suzume. E então vem aquela dita frase… “não pode ser eu?”. Gente… ah essa frase tem um poder que vocês não tem noção…
Aposto que quem viu o filme deve ter dito que pode sim, haha. Eu pelo menos fiz isso… enfim.
Uma protagonista indecisa?
Se há uma coisa que eu notei foi a questão da indecisão por parte de Suzume. Ela é rejeitada em sua confissão, e recebe todo o conforto de Mamura. Os dois se aproximam cada vez mais, até chegar ao ponto do rapaz propor fazê-la se esquecer do professor.
Os dois começam a namorar, o que deixa Shishio bem enciumado. A partir daí começamos a ficar felizes por vermos alguém que estava prestes a ser chutado para a friendzone, ter uma chance com a garota.
Porém, o professor resolve arregaçar as mangas e mostrar suas intenções. Apesar de ter seguido o conselho do tio de Suzume, ele já mostra que é incapaz de deixá-la para outra pessoa.
E a disputa começa. E nós ficamos com medo dessa garota largar o Mamura para correr atrás do Shishio.
Infelizmente é preciso encarar certos sentimentos, e para Suzume fazê-los é necessário dizer na cara da pessoa mesmo. A garota sabe muito bem que ela estava deixando Mamura bastante incomodado com suas atitudes, chegando ao ponto de duvidar dos sentimentos dela.
Nesses casos, algo deve ser feito, certo? E é isso o que Suzume faz.
Amigas traiçoeiras
Uma das coisas que percebi nesse filme, e também em outros, é a recorrente inimizade entre garotas por conta de garotos. Não sei porque os japoneses estão obsecados por esse tipo de amizade.
Mamura é um garoto popular, porém não chega ser do tipo boy over flowers. Já que ele é introvertido, parece que não dá muita abertura para esse tipo de frescura de garotas adolescentes.
Mesmo assim, ele é considerado bonito, as garotas gostam dele. A amiga de Suzume é uma delas.
Então já esperem por uma personagem que só aceita a outra como amiga, porque elas gostam de pessoas diferentes. Por saber que Suzume estava gostando do professor, a garota “aceitou” a protagonista no seu círculo de amizade.
Essa garota até tenta algo com Mamura, mas ele é arisco e demonstra seu interesse em Suzume. Já imaginam o tipo de desenvolvimento que isso trás, certo? Ela desiste, fica brava, tenta juntar os dois, bla bla bla.
Não digo que isso é ruim, mas o fato desse tipo de comportamento em personagens estar se repetindo em filmes live-action chega a ser preocupante. Que rivalidade desnecessária é essa, minha gente? E ainda por garotos!
Quando ela percebe que Mamura só se abre com Suzume, chega até fazer sabotagem, como se ferrar com a protagonista fosse torná-la uma pessoa melhor aos olhos do crush.
Esse tipo de amizade chega a ser tóxico, repleto de interesses. “Ah, mas elas se tornam amigas depois de tudo”. Realmente as duas desenvolvem uma amizade ali, só que aí vem a pergunta… tinha necessidade disso? Era tão óbvio que o Mamura não gostava, precisava ter essa raiva e ferrar com a garota para depois se tornar amiga?
Estou a criticar esse tipo de conduta em algumas personagens, por algum motivo isso tem se tornado comum nos live-action. É chato, frustrante, e está se tornando um clichê.
Conclusão
O filme é muito bom, eu gostei bastante dele principalmente por nos enganar pensando que o casal principal seria Shishio e Suzume. Quando você pensa que o negócio vai se tornar um filme de romance entre aluno e professor, o rumo muda e nos surpreendemos.
Torci muito pro Mamura, afinal sou sempre do time que tá perdendo, mas fiquei com uma certa pena do professor. Shishio tinha sido influenciado pelo seu dever e pelas pessoas o dizendo que era errado namorar uma aluna, mas chegou um momento que ele não quis saber mais disso.
Com certeza esses rapazes tem muita convicção sobre seus sentimentos, e vão fazer de tudo para ficar com a garota. E é isso o que chama a atenção no filme. Até que ponto eles vão para conquistá-la?