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Análise de enredo #2 – Nurarihyon no mago

nurarihyon no mago

Um personagem humano e demônio, buscando o equilíbrio da razão e o instinto. Na análise de enredos de hoje, iremos conhecer a história de Rikuo, um garoto de 13 anos que vive entre humanos e youkais no anime Nurarihyon no Mago.

Nurarihyon no mago é um dos meus animes prediletos, porém o coloquei na roda ao assisti-lo com um olhar mais crítico. No post de hoje irei analisar o enredo do anime que irá retratar a relação de humanos e yokais (demônios japoneses).

Sinopse do anime

Rikuo Nura, é humano e 1/4 Youkai (demônio), mora em uma casa cheia de espíritos junto com seu avô. Tentando escapar de seu destino como um demônio, ele faz boas obras, a fim de evitar tornar-se um. Apesar do desejo de seu avô para sucedê-lo como mestre do clã Youkai Nura. Ele finalmente chega a um acordo com o seu sangue demônio e decide assumir a posição de jovem chefe do clã Nura. Várias facções com isso tentam pará-lo ou ultrapassar a sua posição. Ele pretende reunir um novo Hyakki Yako (grupo de Youkais) sob sua bandeira de “Medo”. Tendo como finalidade ajudar tanto o mundo dos Youkais quanto o mundo dos humanos (Animes Online).

Contextualizando a história

O clã Nura é um pandemônio criado pelo avô de Rikuo, Nurarihyon. Tanto é que a tradução do nome do anime é justamente “o neto de Nurarihyon”. Quanto estava em sua fase mais ativa, Nurarihyon acaba se apaixonando por uma mulher humana, com quem eles se casam e tem um filho: Rihan.

Rihan seria meio youkai e meio humana (alá Inuyasha da vida), e também se casa com uma mulher humana, com quem tem Rikuo, vide nosso protagonista. Por isso que tem apenas um quarto de sangue yokai.

O pai de Rikuo foi assassinado quando ele ainda era criança, sendo que o garoto presenciou a cena. Como o segundo herdeiro fora assassinado e ninguém sabia por quem, gerou-se uma barreira de superproteção em torno de Rikuo.

Ele foi muito protegido por todos, inclusive seu avô, pois havia o medo de que algo ocorresse com o protagonista.

A relação com os yokais

Rikuo até se dá bem com os yokais em sua primeira infância, pois eles são gentis e brincam com o garoto. Porém, dada uma situação, o protagonista se dá conta de que os yokais que ele considera legais (inclusive seu avô), tiram a vida de humanos inocentes.

É como se fosse uma quebra de crenças. Rikuo passa a odiar os yokais, principalmente ao notar que os colegas humanos tinham medo de yokais.

O garoto cresce negando completamente o seu sangue yokai. Aos 13 anos de idade a pressão para que herde o clã se torna forte, principalmente porque um yokai se torna adulto aos 14 anos. Ou seja, estava chegando a vez de Rikuo.

Só que ele nega veemente os yokais de sua vida. No entanto, situações que colocam seus amigos humanos em perigo fazem o protagonista perceber que ele, enquanto humano, não tem força suficiente para protegê-los.

E aí ele começa a se transformar em yokai durante a noite.

Analisando a relação humana vs yokai de Rikuo

Enquanto humano, Rikuo é consciente de sua pequeneza. Ele é fraco, não tem poderes, não tem como ele proteger os humanos completamente, está fora de sua alçada.

Porém, quando ele se transforma esse poder vem, está sob seu controle. Ele se torna forte o suficiente para fazer aquilo que, enquanto humano, não podia. Só que tem um porém: quando ele voltava a ser humano, após a transformação, Rikuo não se recorda de nada.

O que podemos tirar disso?

Muita coisa, vamos lá.

Primeiramente, por quê ele se transforma somente á noite?

A noite simboliza a calmaria humana, é o momento em que nós estamos repousando. Tudo fica mais quieto e menos visível. A escuridão, por si só, simboliza o inconsciente, aquilo que é escondido da consciência, que é escondido pela luz e claridade.

Os demônios são criaturas mais instintivas, brutas, menos racionais e mais fortes. Então durante a noite, quando não há o controle da consciência que impeça o instinto de “sair da casa”, Rikuo se transforma.

No momento em que não há controle do que é instintivo, bruto e incontrolável, o seu verdadeiro poder pode ser visto.

Segundamente, por quê Rikuo não se lembra das transformações?

Porque ele nega seu lado yokai.

Seu sangue é predominantemente humano, e ele realmente acha que isso é o suficiente para apagar qualquer ligação com os yokais. Porém, como dito anteriormente, os demônios são criaturas fortes por serem ligadas ao instinto, sendo assim não é fácil desaparecer com eles.

Tanto que durante o dia ele nega veemente que não irá herdar o clã, enquanto que á noite, quando transformado, diz o oposto. Não há um equilíbrio, não tem como controlar aquilo que você finge que não existe.

Você ignora por completo, no caso de Rikuo se esquece.

Tanto que ele só passa a se lembrar quando entende que ele precisa aceitar o seu lado yokai para proteger os humanos.

O equilíbrio do consciente e inconsciente

Durante o dia Rikuo é fraco e não tem como proteger seus amigos, que vivem se metendo em brigas de yokais. Em um determinado momento ele se vê preocupado com seus companheiros yokais também.

No final das contas tanto humanos quanto demônios são pessoas importantes para ele, pois tem o laço afetivo envolvido.

E isso é o suficiente para que Rikuo passe a aceitar a força yokai que há nele. Tanto que uma cena bem específico mostra o diálogos dos dois Rikuos, com um dizendo “você cuida dos humanos, e eu cuido do clã”.

A partir desse momento, Rikuo se aceita como é: um meio humano e meio yokai. Porém ainda há uma resistência em não misturar os dois mundos, de certa forma.

Só que isso é irrelevante para essa análise de enredo.

Durante o dia Rikuo continua sendo um estudante comum, mas que também está bem atento no que acontece em sua casa com os demônios. Durante a noite, ele se transforma e passa a lutar e cuidar dos yokais.

O desenvolvimento da força do personagem

Muito bem, a primeira temporada basicamente nos mostra esse processo de autoaceitação por parte do protagonista. Já na segunda a história é outra.

Com um background um pouco mais intenso do que a primeira temporada, ali vemos a real necessidade de Rikuo explorar esse instinto yokai dele. Por mais que o garoto saiba lutar e seja forte, ele está longe de chegar ao ápice do poder como seu finado pai e avô.

Só que é como foi dito anteriormente, Rikuo foi muito protegido pelos demônios que tinham o receio de que algo ruim ocorresse com ele. Então, ninguém treinou Rikuo para desenvolver seus poderes, o que o torna um líder…fraco.

Quando um potencial vilão surge e Rikuo demonstra a vontade de lutar, Nurarihyon mostra pro neto que ele é fraco ainda. Por conta disso RIkuo é mandado para Tono onde é treinado por outros yokais que não fazem parte do clã Nura.

Inclusive, um dos personagens de Tono dá uma baita bronca no clã Nura, em plena batalha. Pois os yokais estão sempre pedindo pro Rikuo fugir, ficar para trás, se esconder, que ele será protegido. E o cara diz “vocês mimam ele, por isso que o cara é incompetente como líder”.

Errado não está.

Então na segunda temporada vemos o protagonista explorando seus poderes, tornando-se consciente de seu lado instintual e o tornando controlável para suas batalhas.

O enredo do anime é bom?

Muito bom, na minha opinião. A primeira temporada é mais leve em comparação com a segunda, pois tudo é muito novo e a gente precisa se ambientar na história.

A segunda temporada se torna mais intensa pois envolvem várias coisas da história que estavam soltas, como a morte de Rihan (pai de Rikuo). Particularmente a morte dele foi triste, levando em consideração todo o contexto de vida de Rihan. Entendemos melhor quem ele foi nos ova’s do anime, então não deixem de assistir.

Houve ali um momento muito gostoso de assistir, onde o Nurarihyon, Rihan e Rikuo meio que estão juntos lutando, todos em suas formas yokais. Claro que isso ocorre em sonho, porém um momento muito emocionante pois é um “reencontro” entre homens.

Dá aquela vontade de chorar? Muita. Chorei? Só de lembrar. Adoro momentos família desse jeito.

Outra característica muito interessante é que o anime não somente bebeu a fonte da mitologia e folclore japonês, como tomaram banho nela. Muitos yokais do clã Nura fazem parte da mitologia japonesa, como o caso da Yuki ona.

Até mesmo os onmyoujis chegaram a existir na história do Japão, assim como personagem Abe no Seimei. Então é um anime que para nós, fora da cultura japonesa, nos ensina e muito.

Pontos negativos de Nurarihyon no mago

Rikuo humano é chato. Muito insuportável aguentar ele nos primeiros episódios negando os yokais. Várias vezes os amigos humanos vão para a casa de Rikuo, e absolutamente ninguém podia aparecer.

Fiquei irritada pois alguns yokais poderiam se passar por humanos muito fácil. Então foi uma preocupação excessiva. Só que, conhecendo a história de Rikuo e a forma como os outros riam dele quando o garoto se dizia neto de Nurarihyion, é compreensível seus excessos.

Outro ponto negativo é que nas duas temporadas tem um ou dois episódios que servem para reprisar a história. Acabamos de sair de um arco, e o episódio seguinte reprisa o arco inteiro. É cansativo, é chato, percebi que foi só pra fazer volume.

São episódios que pudem pular facilmente, não agregam nada história.

É irritante a superproteção dos yokais com o Rikuo. Yuki ona é a mais chata nesse quesito, pois ela é tão apaixonada pelo protagonista, que vem aquela coisa do colocar na caixa e não deixar ninguém ver e nem tocar.

Mas entendi que isso é necessário na história para mostrar a evolução do protagonista.

Senti falta de um romance, mas o anime nem tinha tanto foco nisso. Até vimos a Ienaga (amiga humana de Rikuo) se apaixonando pelo Rikuo yokai, mas isso não foi aprofundado no anime. Olhando criticamente pro enredo, não faz sentido o fazer também.

Conclusão

Não é a toa que esse anime é um dos meus favoritos. Amei o desenho dos personagens, os Nurarihyon não belíssimos, adorei e me apaixonei por cada um deles. A história da família Nura é muito boa e emocionante, vale a pena gastar o final de semana assistindo.

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2 Comments

  1. Opa, tbm adoro Nurarihyon no Mago, virou o meu mangá favorito por enquanto, tbm gostei do anime mas prefiro um pouco mais o mangá, sobre os pontos negativos, concordo q o Rikuo no começo é chato mas do ep 6 pra frente, ele melhora bastante e vc esqueceu de falar da melhor personagem q é a Hagoromo.

    1. Olá Luiz! Realmente deixei de comentar sobre a Hagoromo, pois foquei mais no desenvolvimento do protagonista ao analisar o enredo. Mas a história dela é muito boa também. Sem comparações! O mangá pode ter informações a mais que no anime não tem, então devemos levar isso em consideração.

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