No ultimo post sobre dicas de escrita, eu trouxe a vocês um pouco sobre a mitologia grega. O objetivo seria ajudar os escritores que querem conhecer sobre a mitologia para escrever seus enredos. Então comecei com o que seria o início do universo, contando a história de Caos, Gaia e Urano.
Hoje irei dar continuidade ao assunto, falando sobre o que aconteceu depois que Urano foi castrado e afastado de Gaia. Sim, iremos falar sobre os primeiros passos daqueles que irão compor o Olimpo.
Então, vamos começar.
☼ Cronos, Réia e a pedra
Uma coisa que vale ressaltar é que Cronos acabou sendo atrelado ao tempo por conta da sua luta contra Urano. Quando Urano fecundava Gaia, o tempo era estático. Podemos imaginar uma aglutinação onde céus e terra ficavam unidos praticamente o tempo todo. Então seria difícil determinar limites de ambos.
Cronos, ao castrar seu pai o fazendo se separar de Gaia, permite que o tempo voltasse a correr como deveria. Também limitou o céu e terra como dois ambientes separados. Com isso, o céu se tornou uma morada para deuses e a terra uma morada para os humanos mortais.
Tendo o tempo correndo normalmente, teríamos agora o dia e a noite, que tinham como divindades Hémera e Nyx. Era oficial o fim do tempo mítico. Urano fora deposto e agora Cronos dominava o mundo, os titãs estavam vivendo no monte Ótris, onde davam sequência as suas linhagens. Os Cíclopes e Hecatonquiros foram enviados ao Tártaro por Cronos.
A partir de então Cronos se casa com sua irmã, Réia, que com ela teve cinco filhos, são eles: Hera, Deméter, Héstia, Hades e Poseidon. Se recordando de que o pai havia lhe amaldiçoado, Cronos temia que seu trono fosse tirado por um de seus filhos.
A ganância lhe fez tomar a decisão de devorá-los assim que nascessem. Para Réia isso gerava dor, afinal estava vendo seus filhos serem devorados, passando pela mesma situação que passou com Urano e Gaia.
Devida a dor que sentia, Réia tomou a decisão sobre o sexto filho que viria. Esperou o anoitecer para dar-lhe a luz, e ao invés de envolver o pequeno bebê nos panos, colocou pedras. As pedras cobertas por cueiros foram levados a Cronos para que devorasse, e ele o fez sem perceber.
☼O sexto filho – Zeus
No amanhecer, Réia levou seu sexto filho a uma caverna, onde deixou aos cuidados de duas ninfas: Adastréa e Ida. O deixando em Creta no monte Dicte, Réia batizava seu filho com o nome Zeus.
Depois Gaia o escondeu em uma caverna, sob os cuidados das ninfas Adastréa e Ida, que o alimentaram com o leite da cabra Almatéia, com a vigilância constante e a proteção dos guerreiros Curetes, que brandiam suas armas quando a criança chorava para que Cronos não pudesse escutá-la. Mas quem assegura a sua vitória sobre Cronos é Métis, divindade astuciosa que mais tarde se converte em um atributo do próprio Zeus (Costa, 2010).
Outros livros falam que Réia pediu ajuda de seus pais para que o filho fosse escondido. Deixando a criança no monte Liceu, Gaia teria o levado para Licto em Creta, onde seria escondido na caverna de Dicte, na colina egeia. Teria sido Gaia que deixou o neto aos cuidados da ninfa Adrasteia e sua irmã Io. Essas ninfas seriam filhas de Melisso e Amalteia, sendo que esta ultima era uma ninfa-cabra.
Zeus era alimentado com mel e o leite de Amalteia, alguns achados falam sobre ambrosia também. Ao que se entende, seriam alimentos próprios para deuses. Ainda um bebê, seu berço fora pendurado no alto de uma árvore, para que Cronos jamais o encontrasse. Réia ainda pediu aos curetes para que montassem guarda. Então quando o pequeno Zeus começava a chorar, eles usavam suas lanças e criavam um escudo para que Cronos não ouvisse de seu choro.
☼Zeus versus Cronos
O tempo foi-se passando e agora Zeus se tornou um homem. Estava pronto para confrontar seu pai. Antes de a batalha ter seu inicio, o deus conta com Métis – filha do oceano – para dar uma bebida que fosse capaz de fazer Cronos regurgitar seus filhos, irmãos de Zeus.
Em outros documentos é dito que Zeus teria ido a encontro de Métis, que o aconselhou a procurar por sua mãe e dizer sobre desejar confrontar seu pai. Réia teria concordado, e entregou ao filho uma poção emética, da qual Métis dissera para misturar com o mel que Cronos bebe.
Quando Cronos ingere da bebida, os cinco filhos são salvos. Os irmãos e irmãs de Zeus pedem para que o caçula lidere essa batalha, pois os titãs teriam escolhido de seu líder – Atlas – ao invés de Cronos, por conta deste ultimo já ter perdido o seu vigor. A partir daí, inicia-se uma guerra que duraria cerca de dez anos, entre os seis deuses e os titãs.
Gaia faz mais uma aparição, profetizando que Zeus poderia ganhar aquela guerra, mas apenas se ele se juntasse aqueles que foram presos no Tártaro. Zeus vai até o Tártaro e mata Campe, que seria a carcereira do submundo, e toma de suas chaves para libertar os alguns irmãos de Cronos e os alimentou com comidas e bebidas divinas, afim de que ficassem fortes.
Os Cíclopes presentearam Zeus com o trovão e o raio que haviam forjado, para Hades deram um elmo que o tornaria invisível quem o usasse, e para Poseidon um tridente, que seu embate seria capaz de agitar a terra e o mar. Eles se juntaram para criar um plano de guerra, e quando tudo pronto, Hades usou do elmo para roubar as armas de Cronos, que estava sendo distraído por Poseidon. Assim, Zeus conseguira atacá-lo com seu raio.
“Os três Hecatônquiros armaram-se de rochas e as arremessaram contra os titãs que ainda lutavam, e um grito repentino do Bode-Pã os pôs em fuga. Os deuses correram em seu encalço. Cronos e todos os titãs derrotados, à exceção de Atlas, foram banido para uma ilha britânica nos confins do Ocidente (ou, conforme alguns, confinados no Tártaro), sob a vigilância dos Hecatônquiros” (Graves, 2017).
A vitória veio para Zeus e seus irmãos. Após a guerra, Atlas recebeu uma punição, já que ele era um comandante militar, sendo obrigado a carregar o firmamento nos ombros. Os titãs foram poupados graças a Métis e Reida. Em Delfo, Zeus instalou a pedra que havia sido vomitada por Cronos – aquela pedra que Réia deu ao marido no lugar do bebê. Ela é ungida com óleo e recebe oferendas de fibras de lã cruas.
Os irmãos então dividiram a vitória, Poseidon ficou responsável pelos mares, Hades pelo mundo subterrâneo e Zeus ficou com os céus.
Contudo, essa não fora a unica guerra que Zeus teve de enfrentar.
A vitória de Zeus e dos Olímpicos foi, todavia, contestada. Juntamente com os Olímpicos, Zeus teve de lutar contra os Gigantes, postos contra ele pela Terra, irritada por saber que os seus filhos, os Titãs, estavam aprisionados no Tártaro. Finalmente, como última prova, Zeus enfrentou Tífon e este foi o combate mais rude que teve de travar. No decurso da luta, foi feito prisioneiro e mutilado pelo monstro, mas um estratagema de Hermes e de Pã libertou-o e, por fim, alcançou a vitória.
☼Finalizando
Há muitas variações sobre as lendas, dentre elas há uma que conta sobre Poseidon também não ter sido entregue para que Cronos o comesse. O que fora em seu lugar teria sido um potro, enquanto o bebê fora escondido entre manadas de cavalos.
Infelizmente, não temos muito acesso a uma história completa. Quando pesquisamos por mitos gregos, encontramos blogs que falam de forma superficial e sem detalhes sobre a história de Zeus. Enquanto os livros são poucos os que são disponibilizados para lermos.
De qualquer forma conseguimos compreender a história básica que rege a mitologia grega.
No próximo post sobre mitologia, iremos conhecer alguns deuses que irão compor o Olimpo (sendo o total de 12 deles). Mas para chegarmos a este ponto, vamos conhecer as histórias românticas de Zeus – que adorava pular uma cerca haha.
Espero que tenham gostado, e até o próximo post 😉
Fontes
Zeus – site educacionalTempo e eternidade na Idade Média – Ricardo da Costa, 2010
Os mitos gregos – Robert Graves