Dando continuidade a nossa saga para conhecer os deuses gregos e suas histórias, hoje iremos conhecer o deus Apolo.
Como os demais deuses, Apolo é conhecido como o deus da beleza, juventude, cura, pragas, doenças, razão, equilíbrio, arte, música, ervas, esportes, arqueiros, navegantes, morte súbita e do sol.
Além disso, ele é filho de Zeus e Leto, sendo o irmão gêmeo de Ártemis.
O deus da música
Apolo, assim como sua irmã, ganhou presente de seu pai, Zeus, um arco e flecha dourado e uma lira de Hermes. O presente de Hermes foi uma forma de ambos os irmãos chegarem a um fim da briga sobre o roubo do gado de Apolo. Hermes, enquanto bebê, teria roubado o gado e despistado Apolo. Quando foi descoberto, a lira – que era uma criança de Hermes – foi a saída para que os irmãos se entendessem.
Um dos mitos conhecidos de Apolo, envolve sua batalha musical com Pan. Em resumo, Pan se gabava por tocar flauta e encantar todos da floresta. Porém, uma ninfa o lembrou que Apolo que tinha o posto de ser o maior musicista, aquele que realmente encanta as pessoas que com a lira.
Em meio de sua ostentação, Pan resolve criar um desafio onde tanto ele quanto Apolo deveriam disputar para averiguar quem era o melhor. O desafio chegou aos ouvidos de Apolo, que aceitou a disputa. Assim eles se reuniriam em uma floresta, tendo ninfas e demais seres como plateia.
Pan tocou sua flauta e emocionou as pessoas, chegando a pensar que sua apresentação fora perfeita, não deixando brechas para que fosse vencido. Contudo, Apolo começou a tocar lira e conseguiu cativar o publico.
Na hora de decidir quem era o vencedor, apenas uma pessoa votou em Pan. Foi seu amigo Midas, que era um rei que tivera o dom de transformar qualquer coisa que tocasse em ouro. Como Midas se tornou o melhor amigo de Pan, e passou a viver com ele na floresta depois que seu dom foi retirado, ele deu esse voto ao amigo.
Apolo não gostou disso, já que a vitória era sua, de fato. Assim sendo, castigou Midas transformando suas orelhas em orelhas de burro, o declarando – com certo deboche – como um grandioso crítico de músicas.
Apolo derrota Píton
Um outro mito bastante conhecido de Apolo envolve sua luta contra Píton. Contudo, há muitas versões sobre tal luta. O que realmente coincidem entre os relatos, é que a partir de tal batalha, deu-se origem aos jogos píticos que seria o antecessor dos jogos olímpicos.
A primeira versão se passa logo após o nascimento do deus. Píton seria uma cobra imensa que vive em uma caverna aterrorizando as pessoas, inclusive perturbava Leto que buscava por um lugar para dar a luz a Apolo.
Após nascer, Apolo foi enfrentar a imensa cobra que já era temida por todos por conta de sua calamidade. Sabendo que havia algum inimigo lhe procurando, a cobra logo mostra seu corpo enorme na tentativa de menosprezar a criatura que lhe buscava. Notando que se tratava de filho de Leto, sua raiva aumentou.
Tudo o que Apolo fizera foi acertar uma flecha no meio da testa da criatura, conseguindo derrotá-la. Após isso, teria tocado de seu líra encantando as pessoas que se sentiam revigorados depois da derrota pela cobra.
Algumas interpretações falam que a cobra caçava Leto à mando de Hera – a esposa de Zeus. Para quem não sabe, Zeus adorava pular a cerca e ter diversos casos mesmo que fosse casado. Hera caçava todas as amantes para matá-las, e assim tentou fazer com Leto.
Em outras interpretações, píton se tratava de um lado obscuro e inconsciente de Leto, que ansiava manter as crianças dentro de si, não desejando ter os filhos. Nesse caso, Apolo iria enfrentar algo antes do seu nascimento, descendo o lado sombrio e enfrentando a criatura para somente então nascer.
Alguns blogs comentam que píton se tratava de um dragão guardião de um antigo oráculo de têmis.
Segundo o que é relatado após a derrota de píton, alguns falam que Apolo construiu o templo onde foi enterrado a cobra. Sendo ali o seu lugar sagrado ele criou o oráculo de Delfo, que seria o oráculo mais importante de toda a Grécia.
Outros lugares falam sobre píton ser filho de Gaia, e ao ver o filho morto ela queria castigar Apolo. Têmis seria algo como um direito grego do “olho por olho”. Porém, Gaia sabia que o deus estava predestinado a ser aquele que absolveria os assassinos de seus pecados,e a partir daí teve a ideia de que Apolo precisava – primeiro – se purificar do assassinato de Piton.
Para isso, ele teria de viver humildemente em Tessália como um mortal, trabalhando para os humanos. Nessas terras, Apolo trabalhou para o rei Admeto onde gerou muitos frutos, trazendo abundância e alegria para o rei. Até mesmo o ajudou a conquistar a mulher que amava, fazendo com que um leão e um javali puxassem uma espécie de carroça até o pai da amada. Nesse caso, o pai da moça havia dado uma missão praticamente impossível para manter a filha consigo e manter sua paixão incestuosa em segredo. Mesmo assim, Apolo teria ficado bastante impressionado com o Admeto e sua paixão, por isso o ajudou.
Não se sabe se foi por tamanha abundância que chamou atenção dos deuses, ou seu castigo já havia terminado, pois no nono ano em que ficou entre os humanos, Apolo partiu.
Um deus apaixonado
Apolo é considerado uma divindade que se enamora com bastante frequência, porém jamais se casou. Seus amantes eram tanto mulheres quanto homens. Contudo, carrega a fama de suas paixões nunca terem um bom final. Ora ele é rejeitado, ora alguém morre. Há vários mitos que contam sobre os seus romances, dentre eles citarei dois mais famosos.
Eros, Apolo e Dafne
Como devem saber, Apolo é representado com um arco e flecha que foram presentes de seu pai. Ele é um ótimo atirador e se gaba por isso, sempre mostrando suas excelentes pontarias.
Uma vez que treinava seu tiro em uma maçã, Eros surge. O objetivo do cupido era enlaçar o deus em algum relacionamento, porém a história seguiu um caminho diferente. Apolo havia conseguido atingir o talo da maçã a fazendo soltar do galho a qual estava preso.
Eros, pegou seu arco e flecha e mirou na maçã antes que ela atingisse o chão. Naquele ponto, Apolo já estava aborrecido pela intervenção do cupido, e Eros também estava aborrecido por sua ótima mira não ser levada a sério pelo deus.
Então o cupido puxou duas flechas, uma que despertaria o amor e outro que despertaria a recusa do amor. A primeira atingiu Apolo, que se apaixonou de imediato por Dafne, que passava por ali por acaso. A segunda atingiu a ninfa.
De imediato Apolo saiu correndo atrás da ninfa, que correu dele o recusando. Toda vez que Apolo tentava lhe alcançar, Dafne conseguia juntar forças para fugir. Mas como o deus estava tomado por um amor tão avassalador, ele não parou de correr atrás da moça.
Dado um momento o cansaço tomou conta de Dafne, que acabou sendo pega por Apolo. A ninfa gritou aos céus, porque os deuses e seu pai haviam lhe abandonado para ser pega por Apolo, e disse que preferia virar uma árvore ou uma pedra do que ser tocada por alguém que não amava.
Os seus gritos foram ouvidos, e Dafne se transformou em uma árvore. Apolo ficou imensamente triste quando abraçou o tronco da árvore, ficou acariciando as folhas de loureiro. Então, ele cortou um galho e colocou em sua cabeça, se tornando uma imagem bastante retratada pelos artistas.
Apolo, Jacinto e Zéfiro
Jacinto seria um rapaz com tamanha beleza que encantava até mesmo os deuses. Dentre os mais conhecidos, Jacinto se envolveu com Apolo e o vento oeste, mais conhecido como Zéfiro. Alguns dizem que o rapaz teria se envolvido primeiro com Zéfiro, e somente depois começou a se encontrar com Apolo e a passar mais tempo com ele.
Como Jacinto se tornou um dos preferidos do deus do sol, e dar toda a atenção para ele, teria despertado os ciúmes de Zéfiro. Em um momento em que Apolo e Jacinto jogavam disco um para o outro, o vento do oeste interveio.
Apolo arremessou o disco com tamanha força e velocidade, que o mesmo fora para os céus. Ao cair, Zéfiro assoprou fazendo o curso do disco mudar acabando por acertar Jacinto em sua cabeça.
A morte foi certeira deixando Apolo deveras entristecido. Para evitar que o amado fosse levado por Hades, o deus transformou o rapaz em uma flor que encheria os campos toda primavera.
Conclusão
Apolo é uma das divindades mais conhecida da Grécia, porém ele não é considerado o sol de fato, sendo esse um título de outra divindade/titã. De qualquer forma, ele é a divindade da cura, Apolo é capaz de trazer calamidade para o povo.
Seu maior feito é o oráculo de Delfos, que foi consultado por diversas pessoas, aparecendo em diversos mitos como o de Édipo.
Mesmo sendo uma bela divindade, o deus jamais se casou. Há um mito que comenta ele ter ganhado a mão de uma mulher em casamento, porém jamais aconteceu.
Fontes
Consciência – Apolo
Portal dos mitos – Apolo
Foca na história – Playlist de mitos gregos