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Orgulho e Preconceito – Jane Austen

Orgulho e preconceito
Capa rosada do livro de Jane Austen chamado Orgulho e Preconceito

Com certeza você já deve ter ouvido falar sobre Jane Austen, ou então sobre seus famosos livros. Caso não tenha, senta que lá vem história.

     Devo confessar que não cheguei a ler todos os escritos da autora, apenas li Orgulho e Preconceito, e em seguida li Razão e Sensibilidade. Admito que o que me levou a ler os livros, foram os filmes. Não tem como negar. Mas considero como uma coisa boa isso, afinal de contas, resolvi ler o enredo original, não é mesmo?

    A mesma coisa deve acontecer com outras obras. Você pode ter assistido todos os filmes de Harry Potter, e então ter ido ler os livros para saber mais detalhes da história. Admite, eu também fiz isso haha.

     Mas então bora conhecer a história de Orgulho e Preconceito. Ah e já aviso que colocarei gifs do filme de 2005, porque não me aguento haha. 


   ღ  Sinopse: O romance retrata a relação entre Elizabeth Bennet (Lizzy) e Fitzwilliam Darcy na Inglaterra do século XVIII. Lizzy possuí outras quatro irmãs, nenhuma casada, o que a Sra. Bennet, mãe de Lizzy, considera um absurdo. 
   Quando o senhor Bingley, jovem bem sucedido, aluga uma mansão próxima a casa dos Bennet, a Sra. Bennet enxerga um possível marido para uma de suas filhas. Enquanto o vizinho é visto com bons olhos, o Sr. Darcy é mal falado. Lizzy, em particular, desgosta imensamente dele por ter ferido o seu orgulho na primeira vez em que se encontram. A recíproca não é verdadeira; mesmo com uma má primeira impressão, Darcy se encanta por Lizzy, sem que ela saiba do fato. A partir daí o livro mostra a evolução do relacionamento entre eles e os que os rodeiam, inseridos na sociedade inglesa rural do final do século XVIII. 

Cena do filme Orgulho e Preconceito de 2009 onde Elizabeth caminha para casa

ღ Jane Austen

   Tudo bem, é provável que já tenham ouvido falar sobre ela e fiquem se perguntando porque toda essa comoção por causa de uma autora. A primeira coisa que vou te pedir para fazer é uma comparação. Pegue um livro de Julia Quinn e leia, em seguida leia orgulho e preconceito. Você irá notar uma imensa diferença.

    Que tipo de diferenças? Primeiro, a linguagem usada. Julia Quinn é a maior autora de romances regenciais que temos na atualidade. Em sua escrita conseguimos notar um pouco do linguajar inglês regencial – que era robusta e cheia de palavras bonitas na época. Mesmo assim, a forma como ela narra seus livros não chega a ser complicado de se entender. Eu considero uma mistura de ambas as “épocas” para que o leitor possa entender e se sentir na Inglaterra século 18, compreendendo com a linguagem atual. Ou seja, eu vejo como uma mistura de ambos.

     Já Jane Austen não. Quando você for ler os seus escritos irá sentir em cada palavra o que era viver nessa época. Não existe uma linguagem capaz de ligar com o nosso tempo de agora, para a era Regencial. Oras, mas por que disso? Simples, Jane Austen vivia na Inglaterra Regencial. 

Pintura retratando a autora Jane Austen
Quadro retratando Jane Austen

    Para quem gosta de história, deve saber que nessa época era comum as mulheres não terem muita voz. Passivas, estudavam desde cedo para serem boas esposas, delicadas e seguindo a moda do ano! Porém, Jane Austen acabou trazendo em seus livros personagens femininas que eram muito mais do que era socialmente esperado.

    Lizzy Bennet acaba sendo uma dessas personagens, que cativa a gente por justamente agir de forma diferente.

     Além disso, Jane Austen foi a primeira romancista moderna da literatura inglesa, sendo que Orgulho e Preconceito foi o seu segundo romance a ser escrito, e ela o fez quando tinha 21 anos de idade.

“(…) o livro foi publicado em 1813, é escrito de forma satírica e tem sua particularidade na forma em que a autora transcede o preconceito causada pelas primeiras impressões e adentra no psicológico, mostrando como o auto-conhecimento pode interferir nos julgamentos feitos a outras pessoas” (Editora Landmark).

    Ou seja, a autora fazia suas criticas sociais através de uma escrita romântica e engraçada. Não tem como não se apaixonar por suas obras, é sensacional você pensar que tem um livro que foi lançado a tanto tempo, e que ainda assim causa grandes impactos ao leitor.

    Acredito que esse seja o sonho da maioria dos escritores. Pelo menos seria o meu, haha. 

Cena do filme Orgulho e Preconceito de 2009 em que Darcy e Elizabeth dançam

ღ O romance

   Como dito anteriormente, o que mais chama a atenção nesse livro é a critica sobre “julgarmos o livro pela capa”. Digamos que é isso que acaba acontecendo na vida de Elizabeth. Ela julga o Mr. Darcy pelo o que ela ouviu dele, e pelo o que achou dele em sua primeira impressão.

     Podemos entender da seguinte forma, o Mr. Darcy não é um homem aberto, podemos considerá-lo introvertido. Por mais que ele seja mais rico que o Senhor Bingley – seu melhor amigo – o Mr. Darcy não parece esbanjar de sua riqueza como todo mundo acha que o faz.

    Ele é mais racional em determinados momentos, procurando não deixar seus sentimentos a mostra. Até que ele conhece uma moça que parecia diferente das demais, que mostrava para todos a sua astúcia e inteligencia. Uma mulher que ao mesmo tempo seguia algumas regras da sociedade, por outro lado as desafiava.

     Elizabeth era diferente, e Mr. Darcy percebe isso em seu primeiro encontro. Apesar da moça não ser tão bela quanto a sua irmã mais velha, Jane, ela lhe dava respostas com belas palavras, com significado ácido por trás delas.

     Infelizmente, Lizzy custa a deixar o seu orgulho de lado para conhecer o rapaz. Depois de uma série de eventos – inclusive a confissão de Mr. Darcy – ela vê como que as coisas aconteciam em relação a ele. Por exemplo o casamento de sua irmã Lydia. É a cena que mais deixa claro que o Darcy não era quem ela pensava.

     Como Elizabeth é uma moça muito ligada a família, esse ato do rapaz chama a sua atenção. Acredito que ela tenha se sentido atraída por ele, mas que não dava o braço a torcer por conta de seu orgulho, não chegando a ser explicito. Porém, conhecer o Mr. Darcy abre as portas de sentimentos, sentimentos esses que ela custaria a admitir.

     Não vejam como um romance chato ou difícil, ele é sutil. Elizabeth não o leva em consideração na primeira parte do livro, porém com o decorrer deste passa a ficar curiosa em relação ao Darcy e enfim se apaixona. Podemos dizer que cada momento em que os dois tem juntos, é uma forma de se conhecerem e se apaixonarem, mesmo que lentamente. 

Cena do filme Orgulho e Preconceito de 2009 Darcy vendo Elizabeth pela primeira vez

ღ O segundo romance

    O livro não irá contar somente o romance entre Lizzy e Darcy, mas também de Jane e Bingley. Devemos dizer que os dois são um casal e tanto para se acompanhar, já que são envergonhados e bobos. Parece um casal adolescente que tá tendo o primeiro relacionamento.

    Jane é a filha mais velha dos Bennet, ela é bela o que atraí a atenção de muitos jovens. Porém a moça é tímida, não se abrindo muito com as pessoas. Digamos que a única pessoa com quem se abriria sobre seus sentimentos é Lizzy. A duas são inseparáveis, o amor delas é lindo de acompanhar.

     O Senhor Bingley é um rapaz que me deu a impressão de ser bobo haha. Mas não o lado ruim de ser bobo. Ele se encanta de primeira por Jane, não deixando de dançar com ela, não deixando observá-la. O rapaz deixa muito claro sobre sua afeição a moça. O problema é que o considero muito influenciável.

     Sua irmã – que inclusive tem uma queda por Darcy – deixa explicito que não aceitaria o casamento entre Bingley e Jane. Não me recordo se era por ela ser de classe mais baixa que eles, ou por causa de sua família, ou por inveja a sua beleza. E acontece que Darcy acaba falando que não acreditava que seria um bom casamento, pela falta de expressão de Jane sobre seus sentimentos, e por conta do comportamento da mãe e das irmãs de Jane – que mais tarde falarei sobre.

   Com os dois falando que não seria um bom casamento e que Jane não teria sentimentos por Bingley, ele acaba por retornar à Inglaterra sem se despedir de Jane. Claro que Lizzy tenta convencer a irmã de ir na Inglaterra na casa de seus tios para procurá-lo, porém a busca acaba sem sucesso.

      Elizabeth, mais tarde, descobre o que teria causado a saída repentina de Bingley, e se enfurece com Darcy. Porém, ela deixa bem claro para o rapaz que sua irmã é tímida e que ela teria sim sentimentos pelo Bingley. Essa cena foi praticamente uma lavação de roupa suja daquelas, dá até vontade de pegar pipoca pra ver isso.

     Considero essa cena a mais importante da história, pois é o momento em que eles finalmente conseguem dizer um ao outro o que pensam, sobre os maus entendidos que influenciam a opinião sobre um do outro. É aí que Darcy opta por contar a verdade a Lizzy, e ela vê que estava enganada sobre ele.

   Além disso, com essa cena, Darcy começa a concertar os seus erros. Como um deles foi afastar Bingley de Jane, agora ele esclarece tudo a seu amigo e o encoraja a pedir a mão da moça em casamento.

    Gente, essa cena – pelo menos no filme – é sensacional de se ver. A forma como Bingley fica todo envergonhado, ele se embanana demais, fica ensaiando com Darcy o que deveria falar e como agir. Até que chega os finalmente. E você vibra por isso.

    Por mais que tenha sido o casal secundário da obra, vale muito a pena de acompanhá-los. 

Cena do filme Orgulho e Preconceito de 2009 Bingley e Jane conversando enquanto andam pelo baile

ღ Pontos Positivos 

  Não tem como não se apaixonar pelos protagonistas. Seja pelo livro, seja pelo filme, ou até mesmo pela série da BBC. Não tem! Ficamos ansiosos para ver cada interação entre eles, esperamos pelo momento em que finalmente vão dizer seus sentimentos, esperamos pela reação, esperamos por cada virgula nesse livro.

     Além de que é muito emocionante vermos como que Lizzy vai “crescendo” como personagem, deixando seu preconceito para dar voz a seus sentimentos sobre Darcy. E convenhamos, cada vez que esses dois se encontravam eu tinha que fechar o livro pra soltar gritinhos e enfim voltar a ler. Já esperava por alguma revelação do Darcy sobre ele mesmo, ou seus sentimentos, que Lizzy não sabia. Como por exemplo, ele não saber dançar.

    O que mais me chamou a atenção foi a disposição de Darcy em resolver os maus entendidos, mesmo depois de ter sido recusado pela primeira vez por Lizzy. Ele preferiu por esclarecer cada mau entendido para ela, contando sobre sua irmã mais nova, de como ela quase foi enganada, e sobre ele ter errado quanto a Jane. Acho que foi isso que permitiu a Lizzy perceber o quão bom homem ele era.

     Não tem como negar, personagens cativantes totalmente. 

Cena do filme Orgulho e Preconceito de 2009 durante um baile onde Elizabeth pergunta a Darcy se ele dança

ღ Pontos Negativos

    Se preparem para se irritarem com a família de Lizzy e Jane. Já aviso de antemão, porque oh mulherada que é chata demais. Da família Bennet só se salva o pai, Jane, Lizzy e a Mary. A Senhora Bennet, Lydia e Kitty, pelos céus como são chatas.

    A senhora Bennet tem como o único intuito casar suas filhas com homens ricos, e ela não esconde isso de ninguém, chega a ser chato esse tipo de coisa. Ela se gaba demais sobre Jane, sobre sua beleza e as várias confissões que ela recebeu. Teve cena em que ela parecia desmerecer Lizzy em questão de beleza, não chega a ser algo pesado ou explicito, mas fica aquela sensação de “nossa”.

    Não sei como o Senhor Bennet a aguenta. No livro eles tem um dialogo que achei sensacional haha, segue ele:

“- Sr. Bennet, como pode falar mal de suas filhas a esse ponto? Você tem prazer em me irritar. Não tem compaixão pelos meus pobres nervos.
  – Você me interpreta mal, minha querida. Tenho muito respeito pelos seus nervos. Eles são meus velhos amigos. Ouço você mencioná-los com consideração nos últimos vinte anos, pelo menos.”

   Acho o Sr. Bennet uma figura, ponto.

    De qualquer forma, essas três personagens representam bem o tipo de moça da época. Lydia é a que mais se parece com a mãe, empolgada para encantar algum homem. Porém, acaba se metendo em uma ampla confusão da qual não faz ideia. E isso envolve senhor Wickham, um velho conhecido de Darcy – que demonstram suas repulsas com frequência.

     Lydia é tão afobada a se casar, que chega a ser incomodo. Não é para menos, é uma garota jovem por volta dos quinze anos. Mesmo assim, age de forma imprudente. E Kitty acaba indo junto, pois as duas irmãs são inseparáveis, tal como Lizzy e Jane.

    Outra personagem que para mim chega a ser detestável é a irmã do Bingley. Eu tinha notado que ela teria algum interesse em Darcy, quando ela percebia que Lizzy estava sempre envolta dele ou de Bingley por conta da irmã. Ela também deve ter percebido como que Darcy reage quando a moça está perto. Então, vez ou outra ela dá aquelas respostas de duplo sentido, como que por baixo dos panos estivesse alfinetando Lizzy. Claro que nossa protagonista percebe isso de longe.

     Não esquecemos da tia de Darcy e do senhor Collins. Personagens que vem para dar uma quebrada nesse ritmo de romance e orgulhos e preconceitos haha. Claro que a tia de Darcy não é uma personagem tão boazinha, na verdade ela vem para tremer esse romance, mesmo assim são personagens que se tornam interessantes no enredo, por mais chatos que pareçam. 

Cena do filme Orgulho e Preconceito de 2009 Darcy e Elizabeth trocando olhares gentis e sorridentes

ღ Conclusão

    Devo dizer que essa obra tem o seu merecido reconhecimento. Vemos tantas outras obras lançadas no século XIX que também carregam em suas palavras o tempo que foram criadas. Porém, com um romance tudo parece diferente, é a mesma coisa até hoje. Mesmo representando épocas antigas com palavras antigas, nós torcemos, choramos, vibramos, brigamos com os personagens. Ficamos ansioso por um final feliz para o casal principal.     Garanto que não é diferente em Orgulho e Preconceito.

     E como se não fosse o suficiente, veja quantos filmes e séries foram feitos baseado nos escritos de Jane Austen! Inclusive, tivemos recentemente a novela da Globo “Orgulho e Paixão” que juntou vários personagens da autora para compor a novela. É simplesmente sensacional (inclusive adorei Ema e Ernesto, meu casal favorito).

     Caso você esteja relutante sobre comprar o livro, recomendo então que veja o filme. Claro que não é a mesma coisa, mas pelo menos você irá se familiarizar com o enredo, compreender as cenas e tudo mais. Caso goste, compre o livro e se deleite.

 
Espero que tenham gostado do post de hoje, e até a próxima 😉

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